A Sociedade de São Vicente de Paulo, conhecida pelas iniciais SSVP, no Brasil, é uma organização e um movimento católico internacional de leigos, fundada em Paris, França, no ano de 1833, por Antônio Frederico Ozanam (na época com 20 anos de idade) e alguns companheiros. Colocada sob o patrocínio de São Vicente de Paulo, inspira-se no pensamento e na obra deste Santo, esforçando-se, sob o influxo da justiça e da caridade, para aliviar os sofrimentos do próximo, mediante o trabalho coordenado de seus membros. Fiel a seus fundadores, tem a preocupação de renovar-se constantemente e adaptar-se às condições mutáveis do mundo. De caráter católico, está aberta a quantos desejam viver sua fé no amor e no serviço a seus irmãos. A unidade da SSVP no mundo é representada por sua REGRA (REGULAMENTO). Busca, incansavelmente, um trabalho de maior contato e aproximação com a Igreja, através do Clero.
Nenhuma obra de caridade é estranha à SSVP. Sua ação compreende qualquer forma de ajuda, por contato pessoal, no sentido de aliviar o sofrimento e promover a dignidade e a integridade do homem.
A SSVP não somente procura mitigar a miséria, mas também descobrir e remediar as situações que a geram. Leva sua ajuda a quantos dela precisam, independentemente de raça, cor, nacionalidade, credo político ou religioso e posição social: daí a existência das chamadas Obras Unidas (asilos, creches, hospitais, etc.).
Os membros da SSVP, Confrades e Consócias (os Vicentinos), são unidos entre si pelo espírito de pobreza e de partilha. Formam, no mundo inteiro, com aqueles a quem prestam auxílio, uma só família, buscando contato com todos os demais movimentos e organizações inspirados em São Vicente de Paulo: é a FAMÍLIA VICENTINA. Os vicentinos procuram, pela oração, pela meditação da Sagrada Escritura e pela fidelidade aos ensinamentos da Igreja, ser testemunhas do amor a Cristo, em suas relações com os mais desprovidos, bem como, nos diversos aspectos da vida.
A coordenação do trabalho vicentino depende de uma organização simples, mas complexa: primeiro existem grupos, tradicionalmente chamados de Conferências, que se reúnem com regularidade e freqüência. Essas Conferências são unidas entre si por meio de Conselhos Particulares, de âmbito local. Esses são vinculados a Conselhos Centrais, órgãos executivos em determinada circunscrição. Na seqüência hierárquica há os Conselhos Metropolitanos, de âmbito regional. Em nível nacional existe o Conselho Nacional do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, RJ. Coordenando o trabalho em todo mundo está o Conselho Geral Internacional, em Paris, na França. Cada um dos Conselhos deverá ter formada uma equipe especial, com trabalho voltado para a juventude, denominada COMISSÃO DE JOVENS. O maior trabalho de formação vicentina está a cargo, no Brasil, das Escolas de Caridade de Antônio Frederico Ozanam (ECAFO).
Atualmente a SSVP está presente em 135 (cento e trinta e cinco) países, com um número aproximado de 500 mil membros. O Brasil é o maior país vicentino do mundo: são 20 mil Conferências, 1754 Conselhos Particulares, 272 Conselhos Centrais, 30 Conselhos Metropolitanos e 2 mil Obras Unidas, coordenados pelo Conselho Nacional do Brasil. São 250 mil membros. A Conferência São José, no Rio de Janeiro foi a primeira no Brasil, fundada no ano de 1872.
As finalidades da Sociedade de São Vicente de Paulo e sua Técnica Assistencial
Sua finalidade principal é promover a santificação de seus membros por meio da prática da caridade (vivência real do evangelho). Prestar serviços aos que estiverem em dificuldades e levá-los a Deus sempre que possível. A maior preocupação de Ozanam era o aprimoramento espiritual de seus participantes, sendo os assistidos os providenciais meios que Deus nos deu para isso.
O vicentino deve insistir na promoção integral do assistido, orientando-o no plano material, mas muito mais no plano espiritual, para levá-lo à participação no Reino de Deus. Assim sendo, os vicentinos devem estar sempre buscando orientações e atualizando-se nas modernas maneiras de assistir os homens de nossos dias, em suas misérias.
A conferência de São José foi agregada em 16 de novembro de 1872(*), sendo, portanto, esta a data em que se considera a implantação oficial da Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil.
As Conferências Vicentinas e sua Sistemática Operacional
As Conferências Vicentinas são grupos de pessoas, formadas, de no máximo, 15 (quinze) membros. Orienta-se ocorrer um desmembramento quando for ultrapassado esse número. Evita-se com isso lentidão na assistência às famílias. Sua sistemática de operação é simples: reuniões semanais, com visitas às famílias assistidas, acompanhada de disponibilidade, humildade, simplicidade, zelo, afeto e espiritualidade.
Por que ser Vicentino?
Ser caridoso, viver o amor pregado por Jesus, é um dever de todo e qualquer cristão, é nosso dever dar testemunho da fé que tanto pregamos, julga-se uma árvore pelos seus frutos, assim disse o Senhor, “como pode uma árvore boa dar frutos ruins?” Em sua epístola São Tiago também vem nos chamar a atenção: “A fé sem obras é morta”.
Participando de uma conferência você terá a oportunidade de praticar a caridade de uma forma muito mais organizada, junto de pessoas com o mesmo ideal: Servir a Jesus Cristo na pessoa dos pequeninos, pessoas amigas que lhe inspirarão e lhe ajudarão a praticar a caridade cada vez mais, buscando junto com você o ideal da santificação através do serviço aos pobres.
“Os pobres nos abrem as portas para a eternidade”, já dizia São Vicente de Paulo, e não há o que se contestar, afinal foi o próprio Jesus que prometeu aos que praticassem em seu nome obras de misericórdia “cem por um, e o reino do céu”.
Mas não tenho o que dar…
Mais importante do que os alimentos, remédios e outras necessidades materiais que os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo dão a seus assistidos é a visita semanal que eles fazem ao lar do pobre, pois é nesta visita que os vicentinos dão amor, carinho, atenção, conversam, e principalmente, ouvem o pobre, ali há uma troca de amor, onde o vicentino aprende a humildade com o Cristo presente no irmão necessitado. Assim disse o fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo, o Beato Antônio Frederico Ozanam, “Aprendamos, na nossa visita ao pobre, que ganhamos mais com esta, do que ele. Porque a presença da sua miséria servirá para nos tornar melhores”.
Quem são os nossos assistidos? O que fazemos por eles?
A maioria dos nossos assistidos são famílias carentes economicamente, que recebem das Conferências mantimentos, remédios, roupas, calçados, materiais escolares e, em alguns casos, até mesmo materiais de construção, de acordo com as possibilidades de cada Conferência. Os recursos se originam principalmente das coletas realizadas durante as reuniões, arrecadações de mantimentos e contribuições de benfeitores.
Visitamos semanalmente cada família assistida a fim de evangelizá-las, orientá-las sobre como solucionar os problemas que lhes causam a pobreza e também para acompanhar o seu desenvolvimento, uma vez que o objetivo da SSVP, além da santificação de seus membros através da prática da caridade, é promover seus assistidos, isto é, o objetivo das Conferências é prestar um socorro temporário, e nesse período, auxiliar as famílias a recuperarem sua dignidade humana. Em outras palavras, a SSVP “não dá o peixe, ensina a pescar”.
O presidente da Conferência designa toda semana a cada um de seus membros qual(quais) família(s) deverá(rão) ser visitada(s) até a próxima reunião. Esses vão até o lar de cada assistido, conversam com as famílias e, principalmente, ouvem; fazem um momento de oração com os mesmos, havendo sempre a preocupação de não deixar que as pessoas percam sua fé em Deus, apesar das dificuldades passageiras. Durante as visitas, também são verificadas as necessidades materiais das famílias a fim de discutir sobre elas, buscando a sua solução, na próxima reunião da Conferência.
Se eu quiser ser Vicentino, o que devo fazer?
A nossa Paróquia possui vários grupos (Conferências) vicentinos, que se reúnem em dias e horários diversificados. Você poderá obter detalhes a respeito entrando em contato com a secretaria paroquial.