Teresinha… Pequeno amor, intenso amor
Texto de Marcia Bernardino
Jovem encantadora, doce, amorosa. Vida dedicada ao amor por Jesus, nem se importou em sofrer, apenas amar e sorrir, até as almas mais hostis. Pensavam que era louca. Era assim quando encontrava certa irmã mal humorada, no corredor dos aposentos e sem dizer uma palavra saudava-a com seu singelo sorriso, sem nada receber de volta.
Chegou a doença. Foi impedida de visita, isolada no hospital. Tuberculose. Pela janela do quarto, via passar “uma florzinha lá fora”, todos os dias, mesmo horário. Descobriram mais tarde que era aquela irmã mal humorada, que levava o vasinho passear pela janela, para alcançar os olhos amorosos de Terezinha, no desejo tardio de retribuir aqueles sorrisos ofertados. E foi esse seu maior milagre, escolheu viver o amor, a fé. Viveu 24 anos e vivendo o amor, transformou corações.
– Com licença, aceita um lencinho?- uma voz interrompe Júlia, compenetrada na leitura, na poltrona aconchegante da livraria.
Surpreendida em seu mergulho nas páginas do livro sobre a vida de Santa Terezinha, tão profundas e surpreendentes, não viu alguém notar suas lágrimas, quase a cair sobre os livros em seu colo, que havia separado para levar.
– Ah, obrigada, é a emoção da leitura – responde à simpática senhora idosa, que logo se distrai com outras falas em outros cantos da grande loja.
Algum tempo depois, vai para outra sessão e em seguida, para o bar.
– Com licença, aceita companhia? – a mesma senhora, mãos dadas a um belo rapaz.
– Este é meu neto, Juliano. Também adora livros “emotivos”, revelou em tom de brincadeira.
– Que bom! Isso é raro num mundo tão árido, onde falta sensibilidade, delicadeza – sorriu Júlia.
E “dona com licença” sai de mansinho. Seria doidinha?
– Não repare, minha avó é como repentista, fala tudo por impulso. Meio casamenteira também. Após montar a cena, vai saindo ligeirinha.
Descontraídos no riso, pergunta “Qual o nome dela?”
– Terezinha.
Coincidências? Talvez apenas surpresas que a vida leva em direção ao amor.